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A Arrábida e o Estado que temos

O Expresso mostrou a Arrábida esventrada. Eis o nosso Estado no seu melhor: não deixa um pai escolher a escola do filho, mas não consegue ter autoridade sobre o território.

Henrique Raposo (www.expresso.pt)
10:15 Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
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I. De forma clara, a reportagem do Expresso (último sábado) mostrou uma Arrábida fora da lei: várias pedreiras "ilegais" estão ali a operar. E como é que o Estado permite isto? Como? E estamos a falar daquele Estado omnipresente, que está em todos os sectores da sociedade e da economia. Ora, o problema está precisamente aqui: o Estado está onde não devia estar (economia), o Estado é omnipresente nos sectores onde não devia ser omnipresente (saúde, educação), e, depois, esse mesmo Estado não consegue impor a sua autoridade e o seu Estado de Direito. O nosso Estado está em todo o lado, e depois não está onde só ele pode estar. Este monstro, que abastece 900 mil (?) funcionários públicos, não deixa que um pai escolha a escola do filho, controla o sal do nosso pão, mas depois deixa que alguém transforme a serra da Arrábida num queijo suíço.

II. O Estado não consegue prender ninguém por corrupção. Em Portugal, cobrar uma dívida pela via legal é quase impossível. Ou seja, a autoridade do Estado não consegue chegar à justiça. Isto sucede, porque todo o peso do Estado está centrado no tal Estado Social (SNS, escolas, etc.). A autoridade e o Estado de Direito (elementos que só podem ser garantidos pelo Estado) foram desprezados em nome do Estado Social .

III. Meus amigos, não há Estado de Direito sem a Espada. A "Justiça" é cega e tem uma balança na mão esquerda, sim senhora, mas também tem uma espada - na mão direita. Essa espada nunca foi vista em Portugal. Este Estado não tem força para a empunhar. Neste regime, a tal espada está reservada para aqueles que querem reformar o Estado Social. Meus amigos, isto que temos não é uma democracia liberal. É um Estado Social insustentável construído sobre a insustentável Administração deixada por Salazar.

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As luvas no ordenamento
águiadois (seguir utilizador), 2 pontos , 10:47 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
O Estado é bom , os politicos ,nem sempre.
O ordenamento do território tem sido vítima dos negócios da construção:quem constroi, quem aprova,quem vende e quem compra.É este o puzzle onde se movimentam os interesses e acontece a corrupção.
A corrupção leva aos crimes urbanisticos cometidos em todo o País e está directamente ligado ás luvas que autarcas,técnicos, governo central recebem e aparecem nos Jornais.
A localização dos chamados projectos de Interesse Nacional complementa-se aqui com a atribuição de subsídios privilegiados.
Ordenamento do território na linha do respeito pelos direitos do cidadão comum, no equilíbrio da natureza e na cosntrução de um País urbano, não há.
Mãos limpas na politica foi chão que deu uvas.
Agora é a desertificação e Portugal pensado a régua e esquadro.
 
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    Águia, é HOJE dia 9 !!!!!!!!!!!!    Ver comentário
BrincaNareia (seguir utilizador), 2 pontos , 3:05 | Quinta feira, 9 de Setembro de 2010
    Re: As luvas no ordenamento    Ver comentário
juxpot (seguir utilizador), 1 ponto , 11:32 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Este ataque ao Estado Social é insuportável!
José Telhado (seguir utilizador), 2 pontos , 11:07 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Como é possível que à falta de argumentos se vá buscar a vergonha da serra da Arrábida, entregue há anos aos tubarões dos cimentos, para atacar o apoio do Estado aos mais pobres.
 
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    Re: Este ataque ao Estado Social é insuportável!    Ver comentário
José Telhado (seguir utilizador), 2 pontos , 11:08 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
A Arrábida e o Estado que temos
Toni 2 (seguir utilizador), 2 pontos , 12:35 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Vamos lá ver se a gente se entende de uma vez por todas. Uma coisa é expeculação e certos bens que são de todos serem postos ao serviço só de alguns, como forma de aumentar fortunas e outra é esses bens serem para servir a todos. Sou naturalmente um defensor da boa armonia do homem com a natureza e penso que qualquer pessoa de bom senso não pode deixar de pensar assim. Não sei se é verdade mas ouvi dizer que as imensas pedras que foram colocadas na Costa de Caparica para suster o mar, foram provenientes da Arrábida. Neste caso e se assim foi, aqui está uma boa causa de que por vezes é preciso algum sacrifício para evitar males maiores.
 
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    Re: A Arrábida e o Estado que temos    Ver comentário
tuga de bussum (seguir utilizador), 1 ponto , 15:53 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
A farda do PSD tira-lhe objectividade
JNv (seguir utilizador), 2 pontos , 13:34 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Quando HRaposo veste a farda do PSD despe sempre a fatiota toda coçada de cidadão, o que é pena, porque perde a objectividade típica do cidadão contribuinte.

E é o caso de hoje, mais uma vez. O peso da farda do PSD leva-o a entrosar as suas ideias com as propostas de revisão constitucional do PSD, o que, sendo um exercício forçado, tem resultado sempre mal.

Por exemplo, nunca tinha ouvido dizer que a situação da justiça está tão mal por causa do peso do Estado Social… non sense.

O Estado está a mais em quase tudo na economia, é certo, sobretudo pela perversão dos interesses dominantes nos grandes negócios, nas autarquias e na construção, que arrasta quase todos os políticos para a lama e para os interesses pessoais e partidários.

Nesta área da economia, o papel do Estado deveria cingir-se à supervisão, controlo dos princípios e defesa do consumidor, através de instituições vocacionadas para isso e apoiadas no funcionamento célere da justiça.

Quanto à Arrábida, penso que há duas questões, as legais e as ilegais. Para as ilegais, é simplesmente resolver-se os problemas aplicando a lei, quase todo o mundo se esquece (ou não lhe convém) que as leis deviam ser aplicadas.

Para as questões legais, o problema é basicamente de dinheiro (que não existe nos cofres públicos), e talvez também não exista vontade política. Legisla, indemniza, reordena e fica a Arrábida preservada como deve ser, mas custa dinheiro (muito).
 
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    Re: A farda do PSD tira-lhe objectividade    Ver comentário
BrincaNareia (seguir utilizador), 2 pontos , 2:54 | Quinta feira, 9 de Setembro de 2010
Esventradas estão as serras
CãodaRosa (seguir utilizador), 2 pontos , 14:18 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Esventradas estão todas as serras onde é possível explorar inertes a troco de dois tostões para os mesmos de sempre enriquecerem e são privados senhor Hemrique. Quanto a funcionários públicos bem me parece que o rico também é ou gostava de ser, porque só contando consigo algumas vezes é que se atingem os 900 mil, ou nestes estão incluídos os ordenados dos privados que o Estado paga. Meu caro condenar alguém em Portugal era condenar alguém da elite da qual o senhor faz parte, isto porque os "tugas" não tem dinheiro, nem poder para corromper ninguém. Sobre o resto só me pronuncio para a próxima estou a pensar naquela das elites condenadas na Casa Pia, exceção ao Silvino que esse só com um bocadinho de esforço se inclue no rol de "bons portugueses" do "rico" Henrique.
 
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Quando se misturam alhos com bugalhos..
Fernando Torres (seguir utilizador), 2 pontos , 15:32 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Que o Estado faz asneiras sobre asneiras..faz..
Que o Estado fecha os olhos a certas acções..fecha..
Que o Estado é incompetente..é..

Mas misturar tudo no mesmo saco dá confusão..mais ainda quanto a atenção dada a cada um dos focos da crónica acaba esfumada por um denominador comum e transversal a todos os focos..

Assim sendo vou comentar apenas o assunto que foca no (I)..a Serra da Arrábida..

É patente e notória a irresponsabilidade do Estado mormente na falta de execução da sua autoridade sobre um bem colectivo que lhe está confiado..

Recomendo-lhe (e a quem mais o deseje) a leitura de um comentário do sr. Carlos Alvim na revista Grande Reportagem de Agosto de 1977..um comentário tão actual como se tivesse sido escrito hoje..e é este ponto que desejo focar..a actualidade de algo (muito bem) escrito em 1977 sobre um problema que se mantém apenas poderá significar uma coisa..que o Estado está entregue a incompetentes..

Incompetentes esses que..muito competentemente..andam há decadas a estoirar o País..sendo aliás essa competência a unica que lhes reconheço..

O estado do País é resultado da falta de Estado..
 
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Mudámos de técnica
caprylm56 (seguir utilizador), 2 pontos , 16:50 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Mas não mudamos o mesmo fim?
Como era aquela canção do cabaret, money?
 
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Grand Canyon
D. Fuas Toucinho (seguir utilizador), 2 pontos , 17:31 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Algum xico-esperto português, ou de qualquer outra nacionalidade, que tente abrir uma cimenteira ou construir uma vivenda no Grand Canyon e verão o que lhes acontece...

É verdade que foi a OUTRA SENHORA autorizou a instalação da cimenteira na Arrábida mas a DEMOCRACIA já devia tê-la fechado.
 
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Salazar?
pjcaldeira (seguir utilizador), 1 ponto , 10:51 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Que eu saiba a administração pública no tempo de Salazar podia ser prepotente, mas ninguém lhe faltava ao respeito desobedecendo às suas ordens. Não acredito que, naquele tempo, alguém furasse a Arrábida se o Estado desse a mínima mostra de não o querer. Hoje o Estado ameaça, publica leis contra e manda mesmo encerrar e ninguém liga nenhuma. No tempo de Salazar, bastava algum funcionário público cerrar o olhar e a pedreira desaprecia do mapa.
 
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IGNORANTE.
V. Verdade (seguir utilizador), 1 ponto , 10:59 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Rapozinho, quem autorizou a cimentaria foi o teu idolo SALAZAR.
 
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...
juxpot (seguir utilizador), 1 ponto , 11:01 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
O Rapozote não sabe, mas eu esclareço: é que segundo consta não são só 'pedreiras ilegais' que tomaram de assalto a fabulosa Serra da Arrabida...

Pelos vistos, como alguma imprensa tem noticiado, também há elementos da classe política - matéria transversal do PS ao CDS, sem regimes de exclusividade, ao que parece... - que escolheram aquelas paragens para edificarem vistosas vivendas, aparentemente ao arrepio das mais elementares regras dos Planos Directores Muncipais de alguns municípios da região, bem como das normas que regem o respectivo Parque Natural...

Mas disso, o nosso Rapozote não fala...

O pastiche de ideias que o nosso escriba dá à estampa é novamente de tal forma confuso que não tem ponta por onde se lhe pegue...

Uma vez mais, o rapozote toma o todo pela parte e estabelece os anátemas do costume:

Não há em Portugal 900.000 funcionários públicos. E do número de pessoas que está vinculado ao estado, conviria que o rapozote distrinçasse (se não der muito trabalho, claro...) aqueles que estão a trabalhar em sectores fundamentais de actividade de natureza pública, da chusma de gente provinda das clientelas partidárias que emxameiam a administração central e, sobretudo, o tenebroso mundo autárquico português...

Hoje, o Rapozote acordou mal-disposto, ao som do trash-hardcore metal. Agitou freneticamente a cabeça: mas nem assim os neurónios acordaram!!!
 
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    Re: ...    Ver comentário
Incontrolável (seguir utilizador), 1 ponto , 12:23 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
    Re: ...showoff!!!    Ver comentário
tuga de bussum (seguir utilizador), 1 ponto , 16:04 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
A espada da justiça
eng7 (seguir utilizador), 1 ponto , 11:32 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Essa espada é usada para pilha-galinhas, de resto nem vê-la. É nisso, é na poluição dos nossos rios que em vez de se atacarem os poluidores gasta-se é dinheiro para a tratar, é um monte de coisas que se fazem só para inglês ver. E o Estado tem capacidade de fazer mais, mas num país onde 90% (desafio a alguém apresentar outros números) dos policias estão ocupados com o trafico de droga e ela está sempre disponível, como é possível que se faça alguma coisa de jeito? Enquanto não se tratarem os assuntos com seriedade em vez de demagogia, resolver o que pode ser resolvido, minimizar danos no que não pode ser extinto, esta sociedade não mudará para melhor.
 
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O Estado a que chegámos...
gastroentriteAguda (seguir utilizador), 1 ponto , 11:59 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
Nunca as palavras do Cap. Salgueiro Maia em Santarém, na madrugada de 25/04/1974, estiveram tão apropriadas. Hoje sim, e depois de 36 anos, chegamos a isto. Uma trampa, governada por gentinha desta.
 
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Sou só eu
J_E_M (seguir utilizador), 1 ponto , 13:33 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
ou este texto não tem nexo?
Quer dizer, pegar nos problemas urbanísticos da Serra da Arrábida (quase seculares) e projectá-los no panorama político dos últimos ca. 10 anos não é uma cretinice? Se quer falar do estado social, tenho a certeza que, se se esforçar, encontra melhores exemplos que a Serra.
E a maneira como conclui desta dissertação sobre a Serra de que não temos uma democracia liberal parece tirada de onde-o-sol-não-brilha.
 
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Por falar na Arrábida...
JCCC (seguir utilizador), 1 ponto , 14:33 | Quarta feira, 8 de Setembro de 2010
... e na questão do cimento e construção desenfreada e cheia de compadrios.

O que dizer de Sesimbra, a exemplo do que acontece por este país fora, onde se permite a construção desalmada de condomínios e unidades hoteleiras, sendo que aquela vila não tem infra-estruturas para suportar nem metade.

Conclusão: continua-se a construír contínuamente há décadas e apesar de qualquer melhoramento que se possa observar, ninguém está interessado em perceber que o crescimento da vila não está equilibrado com o crescimento do betão.

Infelizmente não é caso único, mas desconfio que será sempre assim enquanto não houver coragem para enfrentar os diversos lobbies que gravitam á volta da construção.

Entretanto, degrada-se cada vez mais a qualidade de vida das populações.

É este o nosso Portugal.
 
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