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Books » Percy Jackson and the Olympians » As Histórias de Nadja Stuck: A Hidra
Whiskers L
Author of 6 Stories
Rated: K - Portuguese - Adventure/Romance - Reviews: 15 - Updated: 08-22-10 - Published: 08-02-10 - id:6200950

Quase viro ração de cachorro

Minha vida é muito estranha.
Para começar, eu sinto cheiro de monstros, e acredite, eles não cheiram nada bem.
Meu nome é Nadja, eu tenho 12 anos e sou meio sereia.
É uma longa história. Minha mãe resolveu ser uma sereia vegetariana (não me pergunte por que) e encontrou um grupo de sereias também vegetarianas (não me pergunte como) e começou a viver com elas. Minha mãe conheceu meu pai quando ele estava pescando em mar aberta e daí, (ta-dam) eu nasci!
Bom, a história que eu vou contar começa bem longe de casa, em uma lanchonete de Long Island:
Era de manhã, eu estava tomando café da manhã. Eu sempre tomava café naquela lanchonete. Era o lugar mais normal que eu freqüentava. Com pessoas normais, comida normal e o único cheiro que era possível sentir era de comida.
Eu estava fazendo uma revista de cruzadinhas, tentando descobrir o que encaixava em
c-a-.
Mas algo tirou minha concentração.
Um cheiro muito forte vinha de fora da loja. Logo, percebi do que se tratava. Um meio-sangue.

Mas não era um cheiro de um meio-sangue qualquer. Era um cheio diferente, forte. Fechei meus olhos para me concentrar no cheiro. Era cheiro... De defunto.
Eu mal podia acreditar. Um filho de Hades! Na minha lanchonete normal favorita!
Ele era um pouco mais alto que eu, tinha cabelo preto e olhos igualmente escuros. Ele usava uma camiseta preta, calça jeans preta e um anel de prata de caveira.
Ele se sentou em uma mesa e pediu um copo de cappuccino (minha audição é realmente muito boa)
Eu juro que não quis ficar encarando, mas não deu para evitar. Não é todo dia que você dá de cara com um menino que provavelmente sabe controlar fantasmas!
Mas ele estava sozinho lá. Sem nenhum protetor. Nenhum sátiro, ou qualquer outro.
Resolvi falar com ele. Se eu desse sorte ele já sabia que era meio-sangue e eu não teria que contar nada!
Então comecei a caminhar até a mesa onde ele estava sentado. Parei a seu lado:
-Oi, posso me sentar aqui?
Ele me olhou desconfiando, mas por fim assentiu.

Me sentei na frente dele.
-Meu nome é Nadja, -eu sorri- e o seu?
Ele ficou uns instantes sem dizer nada. Era óbvio que ele não confiava em mim.
-Meu nome é Nico di Angelo. -ele respondeu friamente.
-Hã... Você é filho de Hades, certo? -perguntei
-Sou, e daí? O que você quer? -Ele estava mais desconfiado ainda.
-Não é por nada, não. É que eu estava sentindo um cheiro diferente e...
-Como assim, cheiro diferente? -ele me interrompeu.
-Ah, é que eu sou meio sereia.
Ele levou a mão até uma espada. A principio não a tinha percebido, pois ela é feita de um metal totalmente preto. As pessoas normais devem ter pensado que ele acabara de sair de uma peça de teatro ou algo do tipo.
-Calma, calma! -eu disse desesperada. - Eu sou vegetariana!E metade humana, mas isso não vem ao caso agora.
Ele pareceu ficar mais calmo.
-Ah, certo. Mas por que você veio falar comigo?
-Simples! Só pelo fato de você ser um meio-sangue. Faz meses que eu não vejo um.
-Então... Me fale sobre você. Eu não vou ficar andando por aí com uma desconhecida.
"Andando por aí", ele disse. Se isso não é um progresso e tanto, eu não sei o que é.

Então, eu comecei a contar para ele sobre meus pais, que eu vivo em uma caverna subaquática, sobre meus poderes, e tal.
E ele fez a mesma coisa. Quando ele me contou que ele passara setenta anos no hotel e cassino lótus, eu acho que disse algo tipo: "Como você é velho!", mas ele pareceu não ligar muito.
Conversamos sobre várias coisas. Eu já tinha até me acostumado com o cheiro de cemitério.
Mas então Maurrin, a dona da loja apareceu. Ela é uma mulher baixinha, de cabelo ruivo, que anda com avental e lanço no cabelo.
-Meus amores, vocês vão ficar para o almoço? Já é uma hora da tarde.
-O que?- eu e o Nico dissemos ao mesmo tempo.
-Não, eu já vou. - ele entregou alguns dólares para a mulher e ela foi embora.
Eu podia ter dito muitas coisas naquele momento. Coisas muito inteligentes até. Mas a única frase que meu cérebro conseguia processar era:
-Fica mais um pouco!- eu definitivamente não devia ter dito isso.
-Eu vou para o acampamento que eu te falei agora. Você tem uma caneta aí?
-Aqui. -tirei uma caneta da minha bolsa. -Mas porque você quer?
Ele não respondeu. Começou a escrever algo em um guardanapo.
-Aqui está. -Ele me deu o papel e a caneta. -O endereço do Acampamento meio-sangue.
-Mas... Eu não sou uma meio-sangue. Lá não tem alguma fronteira mágica, ou algo do tipo?
-Ah, é mesmo. -Ele disse desanimado-Então esquece. A gente se vê por aí.
Então ele saiu da loja. Me deixando lá, sozinha.


Depois disso, fiz tudo que eu faço normalmente, sem me deixar abalar pelo que acabara de acontecer.
Estava anoitecendo. Resolvi voltar para casa nadando. Fui até a praia mais próxima. Ela estava totalmente vazia. Perfeito. Pulei na água e a transformação aconteceu.
O bom de ser apenas metade sereia é que você pode entrar na água de roupa e quando você sai, ela está completamente seca. As minhas pernas se transformaram em uma cauda com escamas roxas, que, conforme a luz bate, fica com luz esverdeada, e minha camiseta se transformou em algo parecido com a parte de cima de um biquíni, mas completamente coberto de escamas roxas.
O ruim de morar em uma caverna submarina escondida é exatamente esse. Ela é escondida! Eu sempre demoro uns dez segundos pra me dar conta que estou entrando na passagem errada. Apesar disso, minha casa e como qualquer outra. Com televisão, camas, banheiro, cozinha, mas a maior parte funciona com energia solar.
Finalmente cheguei. Sai da água e estava completamente seca, como disse anteriormente. Minha irmã estava brincando com umas peças de LEGO no tapete (sim, eu tenho uma irmã, mas ela e mais humana do que sereia), passei a mão em sua cabeça. Logo, percebi que tinha alguém sentado no sofá. Era meu pai. Era muito raro eu ver meu pai, porque ele trabalhava na cidade e não tinha muito tempo para ir ao litoral. Cumprimentei ele e fui para a cozinha ver minha mãe.
-Pernas?
Foi a única coisa que eu consegui dizer ao ve-la.

Minha mãe estava lá, de pé, preparando o jantar.
-Ah, Nadja, você chegou!-Ela beijou minha testa
-Desde quando você tem pernas?-perguntei
-Desde que eu aprendi truques com a mãe daquela sua amiga que te ensinou hipnose.
-Ah, entendi.
-Agora vai arrumar a mesa, que a gente já vai jantar. Hoje tem uma tigela bem grande de Sashimi.
Muita gente pode achar nojento comer peixe cru, mas quando você vive debaixo d'água, e a melhor coisa que você vai encontrar.

Estávamos todos sentados a mesa. Minha irmã estava implorando para meu pai deixar ela ter um porquinho da índia e ele estava tentando dizer a ela que nenhum bichinho agüentaria nadar até em casa.
-Nadja, o que você fez hoje?-minha mãe perguntou
-Ah, você sabe. O de sempre. Tomei café da manhã, conheci um meio-sangue, fui ao shopping...
-Espera!-meu pai disse, interrompendo-me.-Você conheceu quem?
-Um meio-sangue, por que algum problema?
-Qual é o nome?
-Nico di Angelo
-Ah, um garoto. -ele disse a palavra garoto com tanto nojo, que pensei que ele iria realmente vomitar.

-Pelo que eu saiba sim. -respondi.
Acontece que meu pai acha que eu ainda sou uma criança e não deixa quase ninguém se aproximar de mim. Ainda bem que ele é só um mortal.
-Ele me deu o endereço do acampamento meio-sangue, e pediu para eu ir lá.
-Mas, você não vai de jeito nenhum. -Ele disse.
-Hum, eu já ouvi falar... o ciclope que fez o Às já morou lá...-disse minha mãe.
-Isso não importa! Ela não vai e ponto final.
O Às, ou Alfa, é a minha espada. Sim eu tenho uma. Ela é feita de bronze celestial e tem um rubi incrustado no cabo.
-Pai, por favor. -Nesse momento eu comecei a usar um pouquinho de magia hipnótica. -Eu vou ficar bem.
-Ah, tanto faz.-Ele já estava sobre efeito da minha magia.-Mas prometa que vai manter contato.
-Prometo!-Disse, tentando reprimir uma risada de satisfação.


No dia seguinte, eu estava pronta para sair. Ainda não tinha idéia nenhuma de como entrar no acampamento, mas eu estava confiante e é isso que importa!
Minha mochila estava pesada. Tinha colocado muitas garrafas de água, muitas roupas e muitas outras coisas. Mas eu realmente precisava de tudo aquilo.
Me despedi de meus pais e de minha irmã e comecei a ir em direção do acampamento.

Então, só precisava subir a colina para chegar no acampamento. O meu plano era simples, eu esperaria alguém perceber que eu estava parada lá e quando me perguntassem o que eu queria eu pediria para chamarem o Nico. A prova de falhas! Pelo menos, eu esperava que seria.
Comecei a ouvir passos atrás de mim. Passos muito pesados. E aquele cheiro... Era com certeza um cão infernal. Eu puxei o Alfa e lutei com o monstro, certo? Errado. Eu ia fazer isso, mas quando eu me virei, vi que ele estava mais perto do que eu imaginava. Não ia dar tempo de eu abrir a ostra que está no meu colar, (Eu tenho um colar de Ostra em tamanho natural, e como o Alfa encolhe até ficar do tamanho de uma miniatura, lá é o lugar perfeito para eu guardá-lo) então eu fiz a coisa mais sensata que pude imaginar no momento. Eu corri.
Eu estava quase na entrada, apenas alguns metros e eu chegaria lá, algumas pessoas estavam olhando para mim, provavelmente pensando: "O que aquela doida está fazendo?", então eu senti duas enormes e pesadas patas em minhas costas, me empurrando. Eu caí no chão e bati minha cabeça em alguma coisa dura, uma pedra talvez. Minha visão começou a embaçar. O cão ainda estava em cima de mim.

De repente, ele saiu de cima de mim.
Dois garotos apareceram. Não consegui ver quem eram minha visão ainda estava embaçada.
Um deles levantou a espada e disse alguma coisa que não entendi. A pancada na cabeça devia ter afetado minha visão e audição. O cão pareceu ter caído em algum buraco que não estava lá antes.
O outro veio em minha direção e levantou minha cabeça.
Minha visão escureceu.

Acordei.
Estava deitada no chão, com a cabeça apoiada em uma árvore. Reconheci o velocino de ouro à uns dois metros de distancia de mim. Nico estava de pé, olhando para dentro do acampamento.
-Minha cabeça dói... -eu disse.
Nico se virou para mim. Ele se abaixou ao meu lado.
-Graças aos deuses, você acordou!Como se sente?
-Parece que eu sai de dentro de uma máquina de lavar. O que aconteceu?
-Você foi atacada por um cão infernal!
-Ah, sim. Me lembro.
O outro menino apareceu. Ele estava segurando um copo d'água. Lembrei-me de ter dito a Nico que eu consigo me recuperar de ataques apenas bebendo água.
-Aqui a água que você pediu. -ele disse
-Beba. -Nico me disse, ignorando completamente o outro.
Eu bebi a água. Me sentia muito melhor.
-Obrigado.
-Nadja, esse aqui é o Percy Jackson, o cara que salvou o mundo.
-Ah, legal.
-Temos que levar ela para dentro.-Nico disse para Percy.
-Não podemos. Ela não é uma meio-sangue. -Percy respondeu
-Seu irmão é um ciclope e mesmo assim ele pode andar livremente por lá.
-Isso foi diferente!Eu poderia ter morrido se ele não entrasse lá!
-E ela pode morrer se deixarmos ela aqui fora!
Isso estava realmente me assustando. Para começar, eu só conversei com o Nico por algumas horas e de repente ele está querendo quebrar regras por mim!
-Hã, pessoal! Eu ainda estou aqui.

-Diz para ele que você não está bem!-disse Nico.
-Eu... Hã... -eu disse, tentando colocar minha mente em ordem.
-Viu?Ela não está bem!
-Eu não estou?
-Não, não está!
Nesse momento eu realmente tinha ficado com medo.
-Mas eles vão ficar com medo!-disse Percy.
-Mas ela é vegetariana!-retrucou Nico.
Isso estava mais estranho do que parece, agora. Eu não estava entendendo absolutamente nada.
-Você não vai dar a ela a permissão de entrar!-Ordenou Percy.
Nico o fuzilou com o olhar. Ele se virou para mim.
-Eu, Nico di Angelo, lhe dou permição para entrar no Acampamento Meio-Sangue.
-O que você fez?-Disse Percy, indignado.
-É só isso?-eu disse.
-É. Só isso. -Nico respondeu.

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