Contextes de fronteira pour le sens concret

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de Viena que ia devolver a terra a Portugal, em 1815. É português mas é
também um homem da raia. Todos os dias de semana passa a fronteira de
facto sem pensar por um momento que está a mudar de país. "Desde que
abriram a fronteira não faz sentido preocupar-me com isso. Olivença,
para mim, é como qualquer vila alentejana."

A história já não escandaliza ninguém nestas terras de fronteira, mas
Manuel ainda não está a salvo de algumas piadas. Os colegas do trabalho
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depois de Espanha e Portugal terem aberto os 1 214 quilómetros da
fronteira - que é das mais antigas do mundo - como acordado no tratado
de Schenghen.
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Manuel Badalo nasceu em Elvas, a cidade que tem Badajoz à vista, vai
fazer 50 anos. Os pais mudaram-se para perto da fronteira do Caia, que
ele aprendeu a passar ainda pequeno. Na adolescência voltou à cidade
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Estremoz, Manuel saía muitas vezes com os amigos para a noite no país
vizinho. A única regra era voltar antes de a fronteira fechar, à meia-
-noite. Se falhasse as doze badaladas, "tinha de passar a pé ou esperar
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castelhano continuam a ser falados cada um de seu lado e a marcar a
fronteira entre Portugal e Espanha tão bem como um sinal à beira da
estrada. Mas também se diga que isso não impede ninguém de fazer
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Falam do tempo em que os 200 metros do Guadiana entre as duas terras
vizinhas eram uma fronteira fechada que toda a gente queria passar.
Especialmente quando em Alcoutim era dia de festa. Onneda lembra-se de
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Enquanto em Alcoutim Armando Marques se queixa de que não há quem
queira cruzar a raia, outros, ao longo da fronteira, lamentam-se de ver
os portugueses fugirem às compras para o lado espanhol, onde o imposto
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países, emite para esse povo que se diz ser da raia. O estúdio é numa
minúscula casa quadrada construída mesmo junto ao marco da fronteira de
Vilar Formoso. Mas o que mais impressiona é a antena de dezenas de
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actualidade de Portugal aos microfones da rádio espanhola Onda Cero. É
que não são apenas os portugueses que passam a fronteira às compras.
Também os espanhóis vêm a Portugal gastar os euros. Em Vilar Formoso, é
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Enquanto a mulher de Franco cruzava a fronteira carregada com a roupa
de cama, outras mulheres e homens da raia passavam a fronteira Ã
socapa, pela calada da noite, com gado e outros produtos para vender no
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seu cunhado, o José Inácio. O afamado pastor anda pela raia com as
ovelhas. O "intercâmbio" acabou quando as fronteiras abriram, em 1992,
mas ele nunca deixou de levar o gado para a linha que separa os dois
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Quando se lhe pergunta se foi ele o maior contrabandista de Vale da
Mula, aldeia da Guarda colada à fronteira, jura que "nem pouco mais ou
menos". "Este é um povo pobre e o contrabando era uma forma de
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É verdade que para muitos daqueles beirões a fronteira nunca foi chão
que se evitasse pisar. Nem para eles nem para os vizinhos de Aldea del
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Numa noite, a população ergueu uma ponte tosca de pedra sobre a ribeira
dos Tourões, que traça a fronteira e no Inverno corre apressada para
Vilar Formoso.
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Sentado à mesa do café, a beber um Martini bianco, o pastor, deixa--se
levar na sua própria conversa. "A fronteira naquele tempo era sagrada.
Atravessá-la era uma transgressão", explica para impressionar quem não
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Anos mais tarde, ainda com a fronteira fechada, José Inácio viu um
jovem pastor espanhol passar e levar-lhe a filha do meio, Laura. O
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José Inácio atravessa muitas vezes a fronteira para ir ajudar a filha
ao lado de lá. Há dias, foi para a matança do porco da comadre. Quando