Artesãos em geral só conseguem viver da própria Arte se morarem e trabalharem em cidade turística, fazendo algo pitoresco, do gosto dos turistas, ou se tiverem um desenvolvido senso comercial, para unir seu gosto artístico com o gosto dos prováveis compradores. O problema é que nem sempre quem tem o senso artístico desenvolvido também desenvolveu o senso comercial, então o artesão tem que aprender a ser competente nas duas áreas; isso é bom para ele, pois suas chances de sucesso empresarial aumentam, mas nem todos o conseguem. É aquela clássica imagem do artista “morto de fome” na água-furtada parisiense, que vive só para sua arte e esquece de coisas prosaicas do dia-a-dia, como comer ou pagar as contas. Os tempos mudaram; hoje é preciso ter um senso empresarial minimamente desenvolvido para se ter sucesso em qualquer empreendimento, até um carrinho de pipoca. E isso se aprende, basta precisar e querer; há muitos cursos, livros, e na pior das hipóteses, pode-se aprender por conta própria, que sempre é o meio mais difícil; não que não funcione, às vezes é como se aprende melhor, e depois não se esquece. Aprendi muitas coisas por conta própria, sei o que digo. -- Cristine, teu texto é muito suave, verdadeiro, delicado. E foste direto ao ponto: a necessidade de o artista ter um mínimo de senso empresarial. Concordo plenamente! Existem artistas fantásticos que não sabem vender a própria arte! Saiba que o teu crochê tunisiano me vestiu de cima a baixo. Obrigado pelo texto lúcido. Charles Silva. -- julho 18th, 2009 at 15:40 @Charles Silva, obrigada pelo comentário. nem todas as pessoas com senso artístico têm habilidades empresariais, mas isso é algo que pode ser aprendido. Boas fontes de pesquisa não faltam, além do ótimo trabalho feito pelo Sebrae. Outro problema que vejo frequentemente é que os próprios artistas e artesãos não valorizam seu trabalho, e isso faz que o público também não o valorize. É triste, pois há tanta gente talentosa pelo Brasil afora, cujos trabalhos merecem mais destaque.