As colônias de abelhas norte-americanas estão sofrendo esse impacto desde 1980 e os cientistas ainda não descobriram a razão do fenômeno. Alguns apontam toxinas e produtos químicos usados na agricultura; outros, acham que as plantas geneticamente modificadas afetaram o comportamento dos insetos. Na Alemanha, o declínio das abelhas é de 25 até 80% em algumas áreas. A situação se repete na Polônia, Suíça e Espanha. Estudos mostram que as abelhas não estão morrendo nas colméias; o que ocorre é que elas não conseguem retornar às colméias. Alguma coisa está fazendo com que as abelhas percam o rumo de casa, o senso de orientação. Por outro lado, as colônias não estão sendo atacadas por outros insetos, o que normalmente acontece quando as abelhas, naturalmente, morrem no inverno, o que sugere um tipo de envenenamento no ambiente. Em muitos casos os cientistas encontraram evidência de viroses raras nas poucas abelhas que sobrevivem em nas colméias. Algumas têm cinco ou seis infecções ao mesmo tempo e/ou estão infestadas por fungos, sinal de que o sistema imunológico dos insetos está seriamente abalado. Estudo da Universidade de Jena, realizado entre 2001 e 2004 mostrou que toxinas presentes em variantes de milho modificadas geneticamente para repelir insetos, quando combinadas com outros parasitas, resultaram em evidente declínio da população das abelhas. Esse milho pode "alterar o tecido dos intestinos das abelhas de modo que o órgão se torna susceptível a parasitoses" ― informou Hans-Hinrich Kaatz, professor da Universidade de Halle, Alemanha. TELEFONIA CELULAR Enquanto isso, outros pesquisadores alertam para as radiações emitidas por aparelhos de telefone celulares e outros dispositivos semelhantes. Estas radiações podem ser a resposta ao fenômeno mundial do declínio da população de abelhas. Os sinais das telecomunicações (sem fio) estariam, então, interferindo no sistema de navegação (senso de orientação) dos insetos, atrapalhando a localização das colméias e o processo de acasalamento. A desordem-colapso das colméias (Colony Collapse Disorder) ocorre quando os indivíduos subitamente desaparecem, ficando apenas as rainhas, ovos e umas poucas operárias. As abelhas desaparecidas nunca são encontradas. Por isso, acredita-se que estão morrendo longe de casa. Parasitas e outras abelhas geralmente consomem o mel e o pólen que ficam no local quando morre uma colméia. Isso não está acontecendo com as colméias estudadas.