#RDF RSS generico | por daniel lima * playlist | * audioscrobbler January 3, 2009 pipebomb here! A dúvida fundamental: alguém aí anda jogando Left 4 Dead? Para resumi-lo: jogo multiplayer online COOPERATIVO (fundamental) em que se assume o lugar de um de quatro sobreviventes de um apocalipse zumbi. O objetivo é exterminar o máximo possível de zumbis, cuidar de seus companheiros e, com sorte, sobreviver. Diversão pura. Quem quiser jogar, me adicione: username generico no Steam. Cat: nerd/geek, jogatina | Time: 11:37 am (UTC+8) Comments (2) December 10, 2008 motivação Vito Corleone's son Sonny (James Caan) is gunned to death at a tollbooth. Here, Caan's face and body are wired with 147 tiny explosive 'squibs', which explode when pulled. Caan was worried about the number - a record at the time - but went along with it rather than lose face with the women on the set Cat: cinema | Time: 3:41 pm (UTC+8) No Comments » November 20, 2008 deixa estar Se recebesse um bilhete concedendo de brinde uma faixa personalizada, de 3 metros de largura e duas cores e até 40 caracteres, minha mensagem seria: NÃO FAÇAM ADAPTAÇÕES. Percebam que o ponto não estaria incluso na frase, que contaria portanto com metade dos caracteres possíveis e, em nome da simplicidade, dispensaria a cor adicional além do vermelho-sangue. Cor que não falta no jogo Dead Space, blockbuster da jogatina que, por mais que digam que merecia filme - não. Sugestão obviamente gritada ao vento e para ninguém, pois é próprio da indústria de entretenimento a reciclagem. Nada mais natural. Um elemento escasso - idéias rentáveis - tende a ser preservado. Mas convenhamos que adaptações são, em princípio, desnecessárias. Não digo que eventualmente bem-sucedidas e até mesmo úteis, mas simplesmente desnecessárias. Trata-se, por definição, da mesma coisa que você viu antes, só que acomodada para formato diferente. Se fazem isso com sua comida, por exemplo, você fica incomodado. Fico imaginando uma possível adaptação do Dead Space. Ou melhor, nem preciso imaginar porque já fizeram algo próximo disso: um desenho animado que serve de "preparação" para a história do jogo. No jogo, você é um engenheiro enviado para uma nave mineradora que perdeu contato e, aparentemente, foi tomada por uma entidade alienígena que possui e deforma os corpos da tripulação. No desenho, você vê como a bagunça começa. Na adaptação, tudo que é aparente está lá: o cenário, o mote, parte dos personagens, os vilões, o clima, o sangue. Mas a essência do que torna Dead Space, o jogo, algo mais do que uma seqüência de cliques na memória dos tendões da sua mão é a sensação de caminhar nos corredores vazios da gigantesca nave e, ao avistar um dos inimigos grandões e destrambelhados, pensar em termos de "devo arrancar o braço dele, para que tenha menos chance de me acertar, ou as pernas, para que fique mais lento"? Não costumo fazer esse tipo de escolha no meu dia a dia, com exceção de algumas refeições. E não só o prazer insano desse tipo de escolha, mas a viagem de abrir caminho de um ponto a outro do cenário, sem muita certeza de que as decisões que você fez antes podem ser uma boa idéia dali por diante. [EMBED] Reproduzindo o belo insight dessa crítica de Gears of War 2 do ActionButton: esse tipo de elemento seria justamente um dos primeiros a ser cortado num filme de ação, por exemplo. Teríamos, no máximo, uma ou duas cenas estabelecendo esse tipo de situação, e o resto seria preenchido por algum plot flácido e um interesse romântico qualquer, que culminaria numa batalha final cheia de explosões. O jogo, tão concentrado numa mecânica simples de progresso linear e combate violento, dispensa adaptações, pois o melhor de si funciona apenas como jogo. É o melhor formato possível. Cat: nerd/geek, jogatina | Time: 6:29 pm (UTC+8) No Comments » google + life Los Angeles, 1964 Com esse arquivo fotográfico online de MILHÕES de fotos da revista Life, o Google continua a ser a melhor empresa-potencialmente-maléfica-mas-que-adoramos do mundo. Cat: fotografia, internet | Time: 12:36 pm (UTC+8) No Comments » November 9, 2008 celulóide anêmico Em seu remake de Halloween, Rob Zombie junta prelúdio e remanufatura numa coisa só, mas com sua "visão particular" da história e dos personagens - converte uma obra-prima do horror e do suspense numa peça de determinismo e violência crua. Em Quantum of Solace, seguindo a linha de Casino Royale, 007 é refeito como personagem pretensamente esférico (afe...), mais assassino que agente secreto. A diversão da série, porém, ficou para trás. Que mal havia no assassino mascarado de presença quase sobrenatural e, na maioria das vezes, inexplicável? E qual era mesmo o problema do Bond irônico, maior-que-a-vida, lutando contra vilões caricatos? Com tanta tentativa de realismo, parecem desconfiar da capacidade do público de suspender a descrença, ou da própria habilidade de viabilizá-la. Cat: cinema, delírio | Time: 10:25 pm (UTC+8) No Comments » October 25, 2008 animais senis O show do Melvins em SP foi há mais de um mês, mas deixou memorável cicatriz. Se liguem neste vídeo que o camarada Kazu fez. [EMBED] Melvins - The Kicking Machine - SP from Thiago Kazu on Vimeo. Música do disco mais recente, Nude With Boots, coisa fina, violenta, indelicada e insuperável. Cat: música | Time: 9:59 pm (UTC+8) No Comments » eterno retorno Acho que vou voltar a escrever aqui. Assinem o RSS e não desliguem da minha freqüência, amiguinhos. Cat: delírio | Time: 9:44 pm (UTC+8) No Comments » June 21, 2008 antes de morrer, etc Os 1.000 melhores filmes já feitos, segundo o New York Times. Com links para as resenhas originais. Cat: cinema | Time: 6:52 pm (UTC+8) Comments (2) June 18, 2008 milagres modernos Do excelente blog See Mike Draw. Cat: quadrinhos | Time: 2:36 pm (UTC+8) No Comments » June 16, 2008 a âncora da consciência We'll do more and more reading on screens, but they won't replace paper--never mind what your friend with a Kindle tells you. Rather, paper seems to be the new Prozac. A balm for the distracted mind. It's contained, offline, tactile. "How we read online", na Slate. Cat: nerd/geek | Time: 12:06 am (UTC+8) No Comments » May 24, 2008 paranoid indiana Spoilers adiante. Como a maioria dos filmes do Spielberg, esse Indiana Jones e a Caveira de Cristal consegue ser ao mesmo tempo um blockbuster inquestionável e colossal em termos de marketing e finanças (paremos para imaginar quantas árvores são derrubadas apenas para imprimir os milhões de tíquetes de entrada desse filme...; agora paremos de imaginar tal baboseira que não leva a lugar nenhum), mas também uma obra absolutamente contaminada pelos tempos atuais. Ou propositalmente pensada para refleti-los, o que for mais próximo da sua crença religiosa. No caso do Indiana, a carga de propósito me parece bem maior do que nos episódios anteriores. Aqui, o "ladrão de tumbas" cai de cabeça no maior sintoma dos tempos modernos: a paranóia. Ela está em todos os cantos do filme, algumas vezes travestida de anacronismo, outras, de metáfora contemporânea. Está tudo lá: o medo do comunismo, versão atualizada do "mal estrangeiro" que nos filmes anteriores foram o nazismo e um culto maluco indiano, mas que numa 15ª versão pode vir a se tornar o extremismo islâmico; a paranóia nuclear, ou da destruição do mundo, revista hoje sob a forma das mudanças climáticas; a paranóia da informação, tanto o medo da falta como do excesso (que, no filme, mata). Fora os aliens, que não deixam de ser uma mistura disso tudo, acrescido do charme intergalático. Pra mim, mais importante do que o tema da paranóia é a sensação dela. Tudo razoavelmente subterrâneo, apenas o suficiente para sintonizar-se com a frequência do público atual, muito diferente daquele de 20 anos atrás. O que permanece mais ou menos intacta é a moldura da série, a forma como Spielberg encaixa as mesmas peças cheias de pó. A história, particularmente, não significa muita coisa. Na verdade, parece francamente material de segunda linha, escolhido porque, de tão genérico, poderia ser moldado mais facilmente às necessidades de um Retorno depois de 20 anos, com todas as implicações de envelhecimento de elenco e personagens inclusos. Coube a Spielberg um trabalho aparentemente não tão difícil para um gênio como ele - filmar com a linguagem e os elementos consagrados dos filmes anteriores. O uso do movimento da câmera para revelar perigos e surpresas, o diálogo canastrão, a preservação dos ícones - o chicote e o chapéu, os personagens abraçando a contragosto caveiras, as teias de aranha iluminadas por tochas, os insetos de tamanho assustador. O homem sabe fazer tudo isso sem precisar olhar no monitor. Como parte integrante da série, esse episódio dá conta do recado. Mas a contribuição maior foi atualizar a viabilidade do personagem e de seu universo. É bom saber que o chapéu continua com Indiana. Cat: cinema, delírio | Time: 1:42 pm (UTC+8) Comments (1) May 10, 2008 síndrome de macgyver Guardo coisas guiado por um senso meio inconsciente de que posso precisar delas, no futuro, de formas não-convencionais. Aquele plástico com fio de alumínio dentro, usado para fechar sacos de pão de forma; fichas telefônicas de 1984; chaves de fenda com a ponta desgastada; sacos plásticos de lojas diversas e de materiais e formatos diversos; cabos incompatíveis com qualquer aparelho que possuo em casa. É um impulso que sempre tenho, de dispensar ferramentas corretas e preferir as improvisadas, como abrir o pacote de sedex com a haste da tampa da caneta, ou usar um clipe de papel dobrado no lugar de uma chave de fenda. Até misturo objetos aleatórios na tentativa de criar um terceiro objeto potencialmente útil, com resultados variados. Talvez seja apenas um treinamento para a vida pós-civilização. Cat: delírio | Time: 2:39 pm (UTC+8) Comments (4) May 2, 2008 cante para mim, hal Como lembra o G1, essa semana o 2001 - Uma Odisséia no Espaço completa 40 anos. Por princípio, não ligo para efemérides, mas essa serve pelo menos como gancho para voltar à obra do Kubrick, meu ídolo máximo. Seus filmes têm tudo aquilo que mais amo no cinema: a possibilidade de rigor intelectual e catarse emocional montadas à régua, sobrepostas ou contrapostas, conversando ou se mutilando mutuamente. Uma obra como a dele implora por análises e discussões. Não faltam. Gosto muito do Kubrick Site, que inclui algumas ótimas entrevistas com o homem. E essa coletânea de artigos da revista Cult também vale uma olhada. Faixa-bônus: uma interpretação didática de 2001; coisa velha, mas divertida. Cat: cinema | Time: 11:22 am (UTC+8) No Comments » May 1, 2008 a estrada Lendo The Road, do Cormac McCarthy, em pequenas doses, como se sorvesse uma pequena xícara do café mais caro do mundo. Não sei como está a edição brasileira, traduzida por Adriana Lisboa, mas este é um daqueles livros que implora pela leitura no original. De uma concisão e de uma beleza desconcertantes. Cat: literatura | Time: 11:45 pm (UTC+8) Comments (2) April 29, 2008 sola do sapato do elvis Depois de ler o Mate-me, Por Favor, livro-reportagem-depoimento sobre o surgimento do punk, de Velvet Underground e Stooges a Sex Pistols, fica a dúvida: entre tantas drogas, onde ficava a música? É um puta livro, mas fica a impressão de que as pessoas apenas subiam no palco e faziam barulho. Tá certo que ler sobre Sid Vicious injetando heroína misturada com água de privada é morbidamente interessante, mas não é possível que só existisse destruição e auto-destruição. Os caras construiram obras, de uma forma ou outra. Ou será que Iggy Pop era "deus" apenas porque rolava sobre cacos de vidro? Cat: música, literatura | Time: 11:07 pm (UTC+8) Comments (3) interação endêmica Superávit cognitivo? Em vídeo, Clay Shirky explica. Ou, se quiser, há transcrição. Cat: nerd/geek | Time: 10:52 pm (UTC+8) No Comments » April 26, 2008 a la kinks Sem amplificador, guitarra com parte elétrica em dia nem pedais, comecei a plugar o violão elétrico na entrada de microfone do aparelho de som, que já não serve pra quase nada há alguns anos. Descobri que combinando o volume de entrada no som com o equalizador do violão dá pra tirar um som MANEIRO. Como não tenho interesse em obter tons limpos, já que para isso basta tocar desplugado (é um violão folk, ele foi feito pra isso), percebi que o volume de entrada servia como controle de ganho e que qualquer coisa acima de 20% significa um overdrive de respeito. Daí, tirando os graves do violão e estourando os médios e agudos, o bicho começa a emitir um rugido PRIMAL e absolutamente porco, o suficiente para tocar Search & Destroy, do Stooges, sem me sentir um completo idiota. Ou seja: estragarei as caixas de som num tempo menor, mas atormentarei os vizinhos com mais propriedade. Cat: delírio | Time: 1:34 am (UTC+8) No Comments » April 22, 2008 your phony rock `n' roll Como venho enfatizando ocasionalmente, os anos 1980 foram até bem legais em termos de música. Claro que as atrocidades perduram mais tempo e causam mais discussão, mas as maravilhas continuam lá: Minutemen, Hüsker Dü, Mission of Burma, Black Flag, Bad Brains, Minor Threat, o insuperável começo de carreira do Metallica, Smiths, o Guns `n Roses e seu sensacional disco de estréia. E muitos outros até, que esqueço. Mas uma banda especial era o Replacements. [EMBED] The Replacements - Bastards of Young Pena que há pouca coisa deles espalhada no You Tube. Merecia mais registros. Uma grande banda de rock, com um líder carismático e algumas das composições mais honestas e emocionantes de toda a década, como Hold My Life, Bastards of Young, Seen Your Video, Kiss Me on the Bus e muitas outras. Cat: música | Time: 11:10 pm (UTC+8) No Comments » April 20, 2008 sobre o abandono Entro no metrô Vila Madalena às 0h55 do domingo, cinco minutos antes do encerramento de suas operações de sábado. Além de mim, não há ninguém na plataforma. Desço no Paraíso e não vejo alma viva na estação. Nerd ligeiramente bêbado se anima com pouco, e me animo. A plataforma vazia. Cenário do pós-apocalipse, uma das imagens que mais me divertem. Não só a mim; todo mundo que viu Extermínio ou Dia dos Mortos lembra em detalhes das cenas das ruas vazias. Óbvio que o cenário de desolação e vazio em São Paulo justifica-se com poucas informações a título de contextualização: é um final de semana atípico, enxertado num feriado de segunda, e o horário, no metrô, é notadamente incomum; funciona uns 45 minutos a mais no sábado, fato talvez pouco conhecido. Além do mais, madrugadas são tipicamente desertas. Não há surpresa nisso. A plataforma vazia, no entanto, tem um charme indiscutível. É o fascínio pelo abandono da cidade. Abandono pressupõe rompimento de relação de posse ou controle. É justamente isso. A cidade abandonada é a cidade sem seus criadores, os homens. É a metáfora da ausência de Deus. Por que perturba? Talvez porque sintamos com mais essa ausência, provavelmente verdadeira... Seria a experiência religiosa simplesmente a necessidade de presença? De companhia no mundo. Se sim, Deus torna-se contingência. E criação humana, como as cidades. Ah, vou dormir. Cat: teorias, delírio | Time: 2:08 am (UTC+8) No Comments » April 17, 2008 o despertar do otimismo Sempre me supus um pessimista, mas esse conceito caiu por terra após duas demonstrações óbvias de fé na raça humana: na primeira, convenci-me a assistir Alien x Predador 2 imaginando se tratar de um bom filme ruim. Para meu infinito desgosto, é apenas ruim. Digo, ruim de deixar marcas no caráter da pessoa, fazer as glândulas lacrimais verterem Cynar, obliterar o paladar por uma semana. Dias depois, resolvi conceder uma segunda chance ao St. Anger, disco mais massacrado do Metallica. Não sei dizer porque. Deve ser aí que entra em jogo o otimismo; irracional, cego e sem conhecimento de história (fadado a repetí-la). A crença de que não apenas as coisas em si podem mudar para melhor, mas também nossa percepção delas. Claro que o disco permanece completamente inaudível. Respirei fundo e pensei comigo: "tudo bem, é só dessa vez. Devo conseguir evitar o otimismo pro resto da vida." Cat: delírio | Time: 12:42 am (UTC+8) No Comments » April 16, 2008 brüno: delicious journeys through america for the purpose of making heterosexual males visibly uncomfortable in the presence of a gay foreigner in a mesh t-shirt É o título do próximo filme do Sacha Baron Cohen. Cat: cinema | Time: 11:46 pm (UTC+8) Comments (1) April 15, 2008 aqui, ali, em todo lugar Caros, um pedido: atualizem seus leitores de rss com este novo feed do blog: http://feeds.feedburner.com/Generico . Aparentemente, ganho mais opções de personalização do feed com esse serviço. Quanto a vocês, espero que tenham uma boa semana. :) Cat: internet | Time: 2:36 am (UTC+8) Comments (3) revisão de conceitos Os Beatles não fizeram tudo que havia para ser feito no rock. Isso seria impraticável em termos quantitativos. Eles esgotaram, sim, as formas de reformular e recombinar o rock, seja consigo mesmo ou com outros gêneros. Ou seja: ainda podem surgir novidades, mas nenhuma que os Beatles não tenham antecipado. Cat: música, teorias | Time: 2:26 am (UTC+8) Comments (1) April 14, 2008 perfis de amigos imaginários II Quando Almir me levou pela primeira vez a seu local de trabalho, eu estava vendado havia cerca de duas horas. É medida de segurança, dizia ele de dez em dez minutos, sempre cantarolando alguma música do Art Popular. Eu cantarolava junto, ou dizia, eu sei que é na Zona Leste, porra, mas ele repetia. É por medida de segurança. Tudo bem. Até parece que o amor não deu... E íamos. Quando o carro finalmente parou e pude abrir os olhos, estávamos num grande galpão coberto com telhas de alumínio e impregnado de cheiro de lingüiça assada. Os colegas de Almir faziam um churrasco sem trilha sonora, andando como zumbis em torno da churrasqueira, com copos de plástico na mão. Ninguém falava muito. Olhei para o centro do galpão. Erguido sobre uma dezena de cavaletes de metal, estava um vagão do metrô. A parte mais difícil é trazer pra cá, depois é mais fácil de desmontar que um Corsa, informou-me Almir, antecipando a pergunta óbvia. O desmanche de vagões de metrô era um negócio em plena expansão, ele me disse. A demanda era alta e a oferta, diminuta. Com um aparelho parecido com uma furadeira, mas com ponta de chave allen, ele desparafusou a moldura de metal em volta de uma porta do vagão. Moleza, ele disse, e me passou o aparelho. Desparafusei a soleira de metal. Saiu facilmente. Almir soltou um "iha!", como fazia sempre que dizia algo esperto ou surpreendia alguém com um gesto inesperado. Fazia isso sempre. No ponto de ônibus, abordava meninas bonitas perguntando se elas esperavam há muito tempo ali. Geralmente diziam que sim. Sem perder a deixa, assobiava para um amigo próximo, que estacionava seu Voyage 1986 azul-marinho em frente ao ponto. Oferecia à moça uma carona. "Iha!" Perguntei sobre a cabine. Não, ele disse, nem todos têm cabine. Não operavam desse tipo, apenas os vagões comuns. Repeti minha dúvida sobre como eles traziam o vagão até o galpão. Essa informação é justamente o que diferencia a gente dos desmanches comuns, ele repondeu, dando a entender que era um pedaço de conhecimento valioso demais para ser discutido. Mesmo entre amigos. O que éramos, apesar das surras que eventualmente me aplicava no primário. A primeira vez que o atingi com uma cotovelada no queixo, ele deixou de me agredir por qualquer motivo. Passamos a nos esmurrar sem motivo, por diversão. Foi nessa época que me disse ter roubado o primeiro carro. Condenei a atitude apenas uma vez, e depois perguntei como era que se fazia. Várias formas, ele disse, mas prefiro usar o ferrinho. Fazia com que se sentisse hábil em alguma coisa, notei. Nunca o encorajei, mas vez ou outra perguntava sobre seu balanço mensal. Nunca ouvi falar sobre roubos de vagões de metrô, informei-lhe. Ele coçou a cabeça cheia de cabelos pretos e enrolados como porcas e disse, sorrindo: é bom mesmo que não, notícia assim não beneficia ninguém. Concordei com sua lógica. Ele apontou para a churrasqueira e disse, pega lá. Antes de ir embora, tirou do bolso uma daquelas plaquinhas que ficam rebitadas nas portas do metrô, com o bonequinho e o aviso para que se mantenha a mão longe da porta. "Iha!" Pus a venda por conta própria e entrei no carro. Cat: ficção, delírio | Time: 12:43 am (UTC+8) Comments (1) April 13, 2008 the dude abides [EMBED] Todos os "dude" em The Big Lebowski, um dos vários filmes perfeitos dos Coen. Cat: cinema | Time: 5:47 pm (UTC+8) Comments (1) o infinito para consumo Manja o pote do fermento em pó Royal, com o desenho da embalagem se repetindo na própria embalagem? Esse efeito, quem diria, tem nome - efeito Droste - e, embora não exatamente comum, se repete bastante por aí. Quer dizer, o Pink Floyd já fez, então dá pra ter uma idéia. (via waxy.org) Cat: nerd/geek, surrealismo | Time: 4:49 pm (UTC+8) Comments (1) April 12, 2008 subliminar Essa eu não sabia: o Aphex Twin colocou algumas imagens ocultas nos espectrográficos de músicas dele. Atualização: Rafael Capanema informa que "essa é mais velha que aquele GIF DO BEBEZINHO 3D DANÇANDO". Cat: música, surrealismo | Time: 11:05 pm (UTC+8) Comments (2) coesão Por falar em Minutemen, um bom ponto de partida pra quem quer conhecer a banda é o ótimo documentário We Jam Econo - The Story of The Minutemen. Recomendo, até porque é minha banda-fetiche do momento. Os caras não só eram músicos muito acima da média, especialmente para o cenário punk-hardcore americano dos anos 80, como tinham uma postura política e estética muito pessoal. O guitarrista, D. Boon, veio com a idéia de igualdade no som da banda e a resolveu de forma inteligente: quase nunca usava distorção ou power chords e tirava os graves e os médios da guitarra, deixando espaço livre para o baixo de Mike Watt. Cabia ao MONSTRO George Hurley costurar tudo com a bateria. O resultado era uma mistura inclassificável de punk, jazz e funk aplicada em doses ultraconcentradas - as músicas raramente passavam de 2 minutos. O melhor exemplo é o álbum duplo Double Nickels on the Dime, clássico absoluto, com 45 faixas. Para eles, o que interessava era a essência das músicas e o fluir delas no disco. Impressionismo punk da melhor qualidade. E muito bem tocado. E criativo pra diabo. Cat: cinema, música | Time: 9:19 pm (UTC+8) No Comments » April 10, 2008 the king of kong Se a história de The King of Kong fosse ficção, soaria pequena, banal e um tanto ridícula: a disputa de dois caras de personalidades opostas pelo recorde mundial no velho arcade Donkey Kong. Como documentário, tudo muda. Os personagens são um achado. De um lado, Billy Mitchell, o superstar do professional-retro-gaming, o detentor do recorde absoluto no jogo desde a década de 1980, o empresário bem-sucedido do ramo de molhos, o patriota de gravata com a bandeira dos EUA. Do outro, Steve Wiebe, o pai de família, o professor de escola primária, o cara que tentou a sorte em áreas como o esporte e a música e nunca se realizou em nada, o abnegado com tendências obssessivo-compulsivas e muito a provar a si mesmo. O antagonismos dos dois, ainda que mostrado em forma de luta entre bem e mal, surpreende pelo humor e pelo suspense. Durante todo o filme, Wiebe se submete ao escrutínio e à pressão da comunidade dos jogos (e pela própria equipe do documentário...) em busca de um duelo direto com Mitchell, que insiste em se manter oculto, rondar de carro os locais de competição, enviar fitas com recordes suspeitos e acionar capangas para monitorar o desempenho do adversário. Da mesma forma que Murderball, o truque do diretor Seth Gordon é se aprofundar nos personagens e entender seu mundo e o que os motiva, sem julgamentos. Em ambos, a fome por realização pessoal é tudo. A novidade é mostrar que a fonte dessa realização pode vir de qualquer lugar. Cat: cinema | Time: 4:37 pm (UTC+8) Comments (1) brasil paleoproterozóico Depois do Counter Strike, proíbem o Bully. Juntando isso com as insanas restrições em relação a campanhas eleitorais na internet e chegamos à conclusão de que a Justiça brasileira se recusa a entrar no século XXI. A campanha digital é mais barata que a impressão de santinhos, a colagem de cartazes e a produção de vídeos para a televisão. Ou seja: mais democrática, já que o acesso é mais amplo. A justificativa oferecida é simples: como a legislação não prevê essas modalidades de campanha, logo estão proibidas. Preguiça ou incompetência? Sobre os jogos, então, não tem nem como comentar. Pura indigência mental. Cat: internet, surrealismo | Time: 4:05 pm (UTC+8) No Comments » categorias: o ciência (4) o cinema (28) o delírio (39) o ficção (3) o fotografia (1) o internet (15) o jogatina (4) o jornalismo (10) o literatura (7) o música (38) o nerd/geek (25) o quadrinhos (3) o surrealismo (15) o televisão (11) o teorias (8) o Uncategorized (2) busca: _______________ search [35mm.png] arquivos: + January 2009 + December 2008 + November 2008 + October 2008 + June 2008 + May 2008 + April 2008 + March 2008 + February 2008 + January 2008 + December 2007 + November 2007 + October 2007 + September 2007 + June 2007 + May 2007 + March 2007 + December 2006 + November 2006 + October 2006 + August 2006 + June 2006 + May 2006 + April 2006 + March 2006 + February 2006 + January 2006 + December 2005 + November 2005 + October 2005 + September 2005 últimos posts: + pipebomb here! + motivação + deixa estar + google + life + celulóide anêmico + animais senis + eterno retorno + antes de morrer, etc + milagres modernos + a âncora da... + paranoid indiana + síndrome de... + cante para mim, hal + a estrada + sola do sapato do... + interação... + a la kinks + your phony rock... + sobre o abandono + o despertar do... blogs: * vieirando * vai trabalhar, vagabundo * giz preto * manda brasa * ¿dequejeito? * jesus, me chicoteia! * leituras do dia * scott adams * pensaletes * ovelha elétrica * renato parada * trabalho sujo * pós-estranho * cersibon * greencine daily * fsp * canto do inácio * bugio * a nova corja sites: * action button * Banana Mecânica * The Believer * BoingBoing * Cyanide and Happiness * insanus.org * Fangoria * Pitchforkmedia * Malvados * The Perry Bible Fellowship * See Mike Draw * Sound Test * WILCO * Wired * xkcd admin: * login * register meta: * Comments RSS 2.0 Add to Google Reader or Homepage Subscribe in NewsGator Online Subscribe in Bloglines Site Meter Get Firefox! 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