Gasolina

I – INTRODUÇÃO

II – O QUE É GASOLINA

III – TIPOS DE GASOLINA
 Gasolina para fórmula 1
 Gasolina de Aviação

IV – CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DA GASOLINA E SEUS SIGNIFICADOS

V-CARACTERÍSTICAS DAS GASOLINAS PRODUZIDAS PELA PETROBRÁS/ REGAP

VI-O TRANSPORTE DA GASOLINA

VII- RECEBIMENTO

VIII-ARMAZENAMENTO

IX- USO

X-COMPOSIÇÃO DO PREÇO DE VENDA DA GASOLINA



 Grupo:    Eduardo Eustáquio V. Dupin
                Jens Peter Theodor Geiger Wentz
                Marcelo Mário de O. Lima
                Rodrigo A. Baino
                Vírgilio A. Rocha Miranda

I – INTRODUÇÃO

A gasolina é o derivado de petróleo mais popular em nosso país, onde o seu consumo tem aumentado significativamente nos últimos anos: em 1995 foram consumidos 13,8 bilhões de litros enquanto o consumo de 1996 chegou a 16,4 bilhões de litros, já em 98 a previsão de consumo é de aproximadamente 21,2 bilhões de litros.

Nas páginas a seguintes, encontram-se informações que levarão todos aqueles que lidam com gasolina a conhecer melhor este importante produto. Esperamos que a partir de sua leitura, possam todos tirar melhor proveito desse combustível, pois conhecerão elhor as suas características de qualidade e os cuidados a serem adotados durante o seu transporte, armazenamento e uso, alem dos aspectos de segurança a ele relacionados.

II – O QUE É GASOLINA

A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (compostos orgânicos que contém átomos de carbono e hidrogênio) e, em menor quantidade, por produtos oxigenados (produtos que possuem átomos de oxigênio em sua formula química). Os hidrocarbonetos que compõem a gasolina (hidrocarbonetos aromáticos, olefínicos e saturados) são em geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formadas por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente cadeias de 4 a 12 átomos de carbono). Além dos hidrocarbonetos e dos oxigenados a gasolina contém compostos de enxofre, compostos de nitrogênio e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações.

A gasolina básica (sem oxigenados) possui uma composição complexa. A sua formulação pode demandar a utilização de diversas correntes nobres oriundas do processamento do petróleo como nafta leve ( produto obtido através da destilação direta do petróleo), nafta craqueada que é obtida através da quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos), nafta reformada (obtidas de um processo que aumenta a quantidade de substâncias aromáticas ), nafta alquilada ( de um processo que produz isso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc. Tomando como exemplo a gasolina produzida na REGAP, verifica-se que a proporção destes componentes variam entre 0 a 50% de nafta leve, alem da participação da nafta reformada. Em outras refinarias de petróleo, a esta formulação pode-se acrescentar outros tipos de aftas como a nafta isomerizada.

A gasolina atualmente disponibilizada em nosso país para o consumidor final e que é comercializada pelos postos revendedores (postos de gasolina) é aquela que possui compostos oxigenados em sua composição, normalmente álcool etílico anidro. Em épocas de crise no abastecimento do álcool etílico, quando a produção da industria alcooleira não é suficiente para atender à demanda de etanol anidro, outros compostos oxigenados, como o MTBE ( Metil, Terc-Butil-Éter) e metanol (alcool metílico) poderão, após aprovação federal, estar presentes na gasolina disponível aos consumidores. O MTBE é normalmente utilizado como componente da gasolina desde 1974 na Europa e desde 1979 nos EUA. No Brasil, o Rio Grande do Sul tem o MTBE incorporado na gasolina desde 1990.

III – TIPOS DE GASOLINA

São definidos e especificados, atualmente, pelo DNC – Departamento Nacional de Combustíveis quatro tipos de gasolina para uso em automóveis, embarcações aquáticas, motos e etc.: Tipo A, Tipo A premium, Tipo C e tipo C premium.

A seguir, falamos de cada uma dessas gasolinas.


- GASOLINA PARA A FÓRMULA 1 (clique aqui)

- GASOLINA DE AVIAÇÃO (clique aqui)

- GASOLINA AUTOMOTIVA TIPO A: É a gasolina produzida pelas refinarias de petróleo e entregue diretamente às companhias distribuidoras. Esta gasolina constitui-se basicamente de uma mistura de naftas numa proporção tal que enquadre o produto na especificação prevista. Este produto é a base da gasolina disponível nos postos revendedores.

- GASOLINA TIPO A-PREMIUM: É uma gasolina que apresenta uma formulação especial. Ela é obtida a partir da mistura de Naftas de elevada octanagem (nafta craqueada, nafta alquilada, nafta reformada) e que fornecem ao produto maior resistência à detonação, do que aquela fornecida pela gasolina tipo A comum. Esta gasolina é entregue diretamente às companhias distribuidoras e constitui a base da gasolina C PREMIUM disponibilizada para os consumidores finais nos postos de revenda.

- GASOLINA TIPO C: É a gasolina comum que se encontra disponível no mercado sendo comercializada nos postos revendedores e utilizada em automóveis e etc. Esta gasolina é preparada pelas companhias distribuidoras que adicionam álcool etílico anidro à gasolina tipo A . O teor de álcool na gasolina final atinge à faixa de 21 a 23 por cento em volume, conforme prevê a legislação atual. Esta gasolina apresenta uma octanagem no mínimo igual a 80 (MON).

- GASOLINA TIPO C-PREMIUM: É a gasolina elaborada pela adição de 21 a 23% de álcool anidro à gasolina tipo A-PREMIUM. Essa gasoina foi desenvolvida com o objetivo principal de atender aos veículos nacionais e importados de altas taxas de compressão e alto desempenho e que tenham a recomendação dos fabricantes de utilizar um combustível de elevada resistência à detonação o que no caso da gasolina PREMIUM, é expresso pelo índice antidetonante (IAD).

As principais características que diferenciam a gasolina tipo C-Premium da gasolina C comum são: Maior IAD – Índice antedetonante (gasolina C-PREMIUM: 91 mínimo; gasolina C comum: 87 em média) e menor teor de enxofre ( gasolina C- PREMIUM: 0,10% máximo; gasolina C comum 0,20% máximo).

A GASOLINA PREMIUM EM OUTROS PAÍSES

A gasolina PREMIUM já existe há muito tempo nos países da Europa e nos EUA. Nesses países a disponibilização pela industria automobilística de veículos com motores de alto desempenho exige m combustivel de maior performance antidetonante e que possibilite atingir potência máxima prevista em seus projetos.

A característica antidetonante da gasolina Premium produzida pela PETROBRAS no Brasil apresenta uma performance no mesmo nível daquela existente na Europa e nos EUA. O que basicamente, diferencia a gasolina brasileira da gasolina existentes nesses países é o produto oxigenado utilizado em sua composição: enquanto lá utilizam o MTBE, no Brasil, por força da legislação vigente, utiliza-se o Etanol Anidro, tanto na gasolina Premium quanto na gasolina comum.

GASOLINA ADITIVADA

As companhias distribuidoras adicionam a uma parte da gasolina do tipo A, comum ou Premium, além do álcool etílico, produtos (aditivos) que conferem à gasolina características especiais. Nesse caso, a gasolina comum passa a ser comercializada como GASOLINA ADITIVADA. A gasolina Premium, quando aditivada continua a ser denominada como gasolina Premium.

O aditivo multifuncional adicionado na gasolina possui, entre outras, características detergentes e dispersantes e tem a finalidade de melhorar o desempenho do produto. Testes efetuados em motores com a gasolina aditivada da PETROBRAS DISTRIBUIDORA demonstraram que o aditivo contribui para minimizar a formação de depósitos no carburador e nos bicos injetores, assim como no coletor e hastes das válvulas de admissão. A GASOLINA ADITIVADA recebe um corante que lhe confere uma cor distinta daquela apresentada pela gasolina comum (a gasolina aditivada BR-SUPRA apresenta cor verde).

Além destes tipos básicos existem os seguintes tipos de gasolina:

-GASOLINA PADRÃO: É uma gasolina especialmente produzida para uso na indústria automobilística nos ensaios de avaliação do consumo e das emissões de poluentes como gases de escapamento e hidrocarbonetos (emissões evaporativas), dos veículos por ela produzidos. A REGAP produz este tipo de gasolina por encomenda.

IV – CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DA GASOLINA
E SEUS SIGNIFICADOS

A gasolina automotiva é produzida de modo a atender requisitos definidos de qualidade. Tais requisitos visam garantir que o produto apresente condições de atender a todas as exigências dos motores e permitir que a emissão de poluentes seja mantida em níveis aceitáveis.

As características de qualidade da gasolina e seus valores limites, são aqueles que constam no quadro de especificações definido pelo DNC . Os limites ali fixados são plenamente atendidos por toda gasolina produzida pela PETROBRAS.

A seguir apresentamos uma breve descrição de algumas das características mais importantes previstas na especificação da gasolina, assim como seus significados e influência no funcionamento dos motores e no meio ambiente.

 

IV.1 – ASPECTO

É um teste que dá uma indicação visual da qualidade e da possível contaminação do produto. A gasolina deve apresentar-se límpida e isenta de materiais em suspensão como água, poeira, ferrugem etc.Estes, quando presentes, podem reduzir a vida útil dos filtros de combustível dos veículos e prejudicar o funcionamento dos motores. O teste é feito observando-se, contra a luz natural, uma amostra de 0,9 litro do produto contida em recipiente de vidro transparente e com capacidade total de 1 litro.

IV.2 – COR

Indica a tonalidade característica do produto. No caso da gasolina tipo A e tipo C, sem aditivo, a cor pode variar de incolor a amarelo. Quando a gasolina é aditivada, ela recebe um corante para diferenciá-la das demais, podendo apresentar qualquer cor, exceto azul (reservada para a gasolina de aviação) e rosa (reservada para a mistura formada por Metanol, Etanol e Gasolina – MEG). A gasolina aditivada comercializada pela PETROBRAS DISTRIBUIDORA (BR), apresenta cor verde. Alterações na cor da gasolina podem ocorrer devido à presença de contaminantes ou devido à oxidação de compostos instáveis nela presentes (olefinas e compostos nitrogenados).

 

IV.3 – TEOR DE ENXOFRE

Indica a concentração total dos compostos sulfurosos presentes na gasolina. O enxofre é um elemento indesejável em qualquer combustível devido à ação corrosiva de seus compostos e à formação de gases tóxicos como SO2 (dióxido de enxofre) e SO3 (trióxido de enxofre), que ocorre durante a combustão do produto.

Nos veículos dotados de catalisador, quando a carga de material catalítico não é adequada ou quando não está devidamente dimensionada, o enxofre pode levar à formação de ácido sulfídrico (H2 S) que é tóxico e apresenta odor desagradável.

A análise é feita incidindo raios X em uma célula contendo amostra do produto. Neste teste, os átomos de enxofre absorvem energia de um comprimento de onda específico numa quantidade proporcional à concentração de enxofre presente na gasolina.

IV.4 – DESTILAÇÃO

A destilação é um dos testes que tem como objetivo avaliar as características de volatilidade da gasolina. O teste é feito tomando-se 100 ml da amostra do produto que é colocado em um balão de vidro especial que, a seguir, é submetido a aquecimento para destilação em condições controladas (a foto IV- 1 mostra o equipamento usado para esse teste).

Com esse aquecimento, o produto se vaporiza sendo, então, condensado e recolhido em uma proveta de vidro. Após essa operação, as temperaturas anotadas são corrigidas levando-se em conta as perdas que ocorrem por evaporação de pequena parte do produto e a pressão barométrica. Esse teste, além de ser usado no controle da produção da gasolina, pode ser utilizado para identificar a ocorrencia de contaminação por derivados mais pesados como o óleo diesel, óleo lubrificante, querosene etc.

Foto IV.1 Técnico acompanha uma destilação de gasolina em aparelho automático no laboratório da REGAP.

IV.5 – PRESSÃO DE VAPOR REID (PVR)

Assim como o teste de destilação, a PVR tem como objetivo avaliar a tendencia da gasolina de evaporar-se, de modo que, quanto maior é a pressão de vapor, mais facilmente a gasolina se evapora. Esse ensaio é utilizado, principalmente, para indicar as exigências que devem ser satisfeitas para o transporte e armazenamento do produto, de modo a evitar acidentes e minimizar as perdas por evaporação.

IV.6 – NÚMERO DE OCTANO (OCTANAGEM)

A qualidade da gasolina é constantemente avaliada levando-se em conta a sua octanagem ou o seu índice antidetonante (IAD). A octanagem de uma gasolina indica sua resistência a detonação, em comparação com uma mistura contendo iso-octano (ao qual é creditado um numero de octano igual a 100) presente em uma mistura com n-heptano (numero de octano igual a zero). Exemplificando, uma gasolina terá uma octanagem igual a 80 se, durante o teste, apresentar a mesma resistência à detonação apresentada por uma mistura que contém 80% em volume de iso-octano e 20% em volume de n-heptano.

A avaliação da octanagem da gasolina é justificada pela necessidade de garantir que o produto atenda às exigências dos motores no tempo de compressão e inicio da expansão (quando ocorrem aumento de pressão e de temperatura) sem entrar em auto ignição.

 

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE OCTANAGEM EM GASOLINA:

Para a avaliação da octanagem das gasolinas automotivas, encontram-se disponiveis os dois métodos a seguir apresentados:

 

- Método MON (Motor Octane Number) ou Método MOTOR-ASTM D2700

Esse método avalia a resistência da gasolina à detonação quando está sendo queimada em condições de funcionamento mais exigentes e em rotações mais elevadas, como acontece nas subidas de ladeira com marcha reduzida e velocidade alta e nas ultrapassagens (quando a aceleração é aumentada mesmo já estando o carro em alta velocidade). O número de octano motor é o que é atualmente especificado para a gasolina brasileira contendo álcool etílico.

O teste é feito em motores especiais (motores CFR- Cooperative Fuel Reserarch; foto IV-2), monocilindricos de razão de compressão variável, equipados com a instrumentação necessária e montados numa base estacionária.

 

Foto IV.2Motor CFR utilizado para teste de octanagem no laboratório da REGAP

 

- Método RON ( Research Octane Number) ou Método PESQUISA – ASTM D22699

É um método que avalia a resistência da gasolina à detonação sob condições mais suaves de trabalho e a uma rotaçào menor do que aquela avaliada pela octanagem MON, como ocorre por exemplo, ao arrancarmos o veiculo em um sinal. O teste é feito em motores semelhantes àqueles utilizados para o teste da octanagem MON.

A octanagem RON não faz parte do quadro da especificação brasileira da gasolina automotiva dos tipos A ou C, constando porém, do quadro de especificações da gasolina padrão.

 

OCTANAGEM REQUERIDA PELOS MOTORES A GASOLINA

No que diz respeito à octanagem necessária para o bom funcionamento dos motores, é importante saber que, para cada projeto básico de motor, existe uma característica de resistência mínima a detonação, requerida. O uso de uma gasolina com octanagem superior àquelapara o qual o motor foi projetado não trará a ele nenhum ganho de desempenho. Já o uso de um combustível com octanagem menor do que aquela prevista no projeto, causará perda de potência e aumento do consumo de combustível, podendo até mesmo causar danos no motor.

Os veículos fabricados no Brasil até hoje têm os seus motores regulados para um numero de octanagem MON igual a 80, que é o valor mínimo especificado para a gasolina C – comum. Quanto aos veículos importados, esses são, originalmente, projetados para a octanagem do combustivel do país onde são fabricados. Geralmente necessitam de uma gasolina de maior octanagem como a gasolina Premium que apresenta o indice antidetonante (IAD = 91, mínimo).

 

ÍNDICE ANTIDETONANTE (IAD)

Quando se trata de definir a octanagem requerida pelos motores e que, consequentemente, deve ser atendida pelas gasolinas, alguns países – entre eles os EUA e o Brasil, em se tratando da gasolina PREMIUM – adotam ao invés do numero de octanagem MON ou RON, o índice antidetonante (IAD) como representativo do desempenho antidetonante do combustível. O que ocorre é que dependendo do projeto do motor do veículo e das condições em que ele opera, o desempenho antidetonante do combustível pode ser melhor representada, em alguns casos pela octanagem MON em outras pela octanagem RON. Com o índice antidetonante (IAD), estima-se o desempenho antidetonante do combustível para um universo mais amplo de veículos o que coloca em vantagem em relação a octanagem MON ou RON, separadamente. O IAD é definido como a média entre as octanagens MON e RON, ou seja:

IAD = (MON + RON)/2

 

V-CARACTERÍSTICAS DAS GASOLINAS PRODUZIDAS PELA PETROBRÁS/ REGAP

Toda gasolina produzida pelas refinarias da PETROBRÁS (gasolina tipo A e gasolina padrão) é analisada em seus laboratórios de controle de qualidade e somente é liberada para venda após ser aprovada em todos os testes previstos na especificação do produto. Estes testes assim como os seus limites de controle, foram definidos pelo Departamento Nacional de Combustíveis – DNC. A tabela a seguir nos mostrará as características das gasolinas produzidas pela Petrobrás/REGAP e da gasolina comercializada na região de Belo Horizonte que é a gasolina C.

CARACTERÍSTICAS Gasolina A-Comum Gasolina  

A-Premium

Gasolina Padrão Gasolina 

C-Comum

Gasolina 

C-Premium

COR
Amarela
Amarela
Amarela
---
---
ASPECTO
LIMS*
LIMS*
LIMS*
LIMS*
LIMS*
Álcool Etílico, %vol
Zero
Zero
Zero
22
21,5
Densidade, 20/4 oC
0,7410
0,7657
0,7473
0,7495
0,7686
Destilação,10% evap. oC
63,1
63,3
54,9
59,2
59,4
Destilação,50% evap. oC
105,4
113,2
102,07
73,4
75,3
Destilação,90% evap. oC
170,9
178,1
178,0
167,2
172,3
Ponto finalde ebulição oC
212,2
210,0
207,6
214,2
211,8
Enxofre, % massa
0,07
0,05
0,07
0,09
0,05
Corrosividade 
1
1
1
1
1
Hidrogênio, % massa
13,7
12,3
---
13,6
12,8
Carbono, % massa
84,3
86,3
---
76,7
78,2
Tolueno, % volume
3,31
8,50
2,00
3,31
7,38
Benzeno, % volume
0,60
1,5
0,98
0,60
1,55
Saturados, % volume
---
46,5
37,8
---
---
Olefinas, % volume
---
16,1
32,7
---
---
Aromáticos,%volume
---
37,4
29,5
---
---
*LIMS = Límpida e Isenta de Impurezas

 

 

VI-O TRANSPORTE DA GASOLINA

Para efeito de transporte, a gasolina está enquadrada na classe de risco 3 (líquido inflamável) e tem o número de identificação 1203 (combustível para motores), conforme classificação da ONU, adotada pelo Ministério dos Transportes. Sendo considerada como carga perigosa, as pessoas envolvidas com seu transporte devem estar devidamente treinadas e capacitadas para realizar tais operações.

Os veículos mobilizados para transporte de gasolina devem oferecer perfeitas condições para esse fim (a cada ano deve ser feita uma inspeção).

O transportador, antes de alocar um veículo para o transporte de gasolina, deverá fazer com que ele se enquadre à legislação vigente sobre o assunto.

Após deixar o tanque da refinaria, a gasolina está sujeita a inúmeras oportunidades de contaminação, face à diversidade dos esquemas de transporte, armagenagem e manuseio. Com a finalidade de evitar ocorrências anormais de segurança e preservar a qualidade do produto até que esse chegue ao consumidor final.

A seguir será indicado alguns cuidados a serem tomados durante o transporte:

1- Não transportar gasolina em vagões ou tanques enferrujados ou sujos, pois pode haver contaminação da gasolina.

2- Não transportar gasolina no mesmo tanque ou vagão utilizado para transportar óleo diesel ou álcool, sem ter feito uma limpeza prévia no mesmo para não prejudicar a qualidade da gasolina.

3- Evitar a contaminação do produto no momento da descarga. Não se deve deixar mangueiras jogadas pelo chão além do tempo necessário.

4- Adotar cuidados que garantam a segurança durante o carregamento e descarga do produto como por exemplo desligar o veículo e acionar o freio de mão.

 

VII- RECEBIMENTO

Antes de começar a encher um tanque de caminhão ou vagão, alocado para transporte de combustíveis, é necessário verificar se é boa a condição de limpeza de seu interior e somente efetuar o enchimento se a limpeza for confirmada. Quando essa recomendação não é observada, a qualidade do produto pode ficar prejudicada.

Para evitar o recebimento de produto contaminado é importante que se acompanhe a qualidade da gasolina que está sendo entregue em sua empresa ou posto de serviço, o que deve ser feito antes que o produto seja descarregado nos tanques de armazenamento. Para esse acompanhamento podemos seguir as seguintes recomendações básicas:

  1. Inspecionar a gasolina antes de descarregá-la na instalação de armazenamento.
  2. Medir o teor de álcool da gasolina C antes de descarregá-la nos tanques de armazenamento ou quando tiver dúvida quanto a sua qualidade. O teor alcoólico da gasolina C é um dos mais significativos e simples dentre os testes que podem ser feitos para, num primeiro momento, verificar a qualidade do produto. Com esse teste, é possível evidenciar a ocorrência de uma provável contaminação do produto por água, por óleo diesel ou por outros solventes.
  3. Determinar a densidade da gasolina. Quando se trata de recebimento da gasolina tipo A e da gasolina padrão, entregue pelas refinarias às distribuidoras de derivados, além do teste de inspeção visual acima recomendado, pode ser feito também o teste da densidade.
VIII-ARMAZENAMENTO

A Norma Regulamentadora NR20 assim como a NBR 7505 da ABNT, são normas brasileiras aplicáveis ao armazenamento de petróleo e seus derivados líquidos inclusive gasolina.

No armazenamento de gasolina, cuja classificação para efeito de armazenagem se enquadra na classe 1A (líquido inflamável), as providências listadas a seguir são básicas para garantir um mínimo de segurança para as instalações de sua empresa, para as pessoas que trabalham nela e para o meio ambiente:

  1. Dote o local onde estão instalados os tanques, aéreos ou verticais, de diques que formem uma bacia de contenção do produto ou de canais de fuga que conduzam para uma bacia de contenção à distância.
  2. Providencie o aterramento dos tanques de armazenamento de gasolina.
  3. Antes de instalar tanques enterrados, execute nos mesmos teste de estanqueidade e somente faça a instalação se nenhum vestígio de vazamento for detectado.
  4. Dote os tanques de armazenamento enterrados de um sistema de proteção adicional contra o ataque corrosivo do solo.
  5. Ao usar tanques enterrados para armazenamento de derivados de petróleo, adote um eficiente controle de estoque.
  6. Estabeleça uma rotina de execução periódica de testes de estanqueidade nos tanques enterrados. Isso garantirá a detecção de pequenos vazamentos, normalmente não perceptíveis pelo controle de estoque.
  7. Evite a exposição da gasolina ao calor ou chamas expostas.
Um cuidado especial que devemos ter é com o envelhecimento da gasolina, pois, ela sofre oxidações que a degradam, levando à formação de goma que, é prejudicial ao motor. Para evitar que o produto deteriore, os seguintes cuidados devem ser observados:
  1. Não estocar gasolina por muito tempo
  2. Não usar vasilhame, conexões, válvulas, telas, filtros ou tubulação de cobre, bronze ou latão.
 

 

IX- USO

O uso adequado da gasolina levará os usuários deste produto a evitar gastos excessivos com combustível e com a manutenção dos veículos, além de proporcionar uma boa condição de segurança e garantir o funcionamento dos motores. Para que se possa tirar o máximo proveito deste combustível é recomendado a adoção dos seguintes cuidados:

  1. Manter os motores dos veículos devidamente regulados,realizando as manutenções periódicas especificadas pelo fabricante.
  2. Dar uma atenção especial ao período de troca dos filtros de combustíveis e de ar e adotar um controle preciso das substituições efetuadas.
  3. Tomar providências para que as velas de ignição do motor estejam sempre em bom estado de conservação. Para que se tire o máximo proveito da gasolina essas velas são componentes de grande importância.
  4. Manter insento de sujeira o tanque de gasolina dos veículos.Impurezas acumuladas no tanque são revolvidas a cada novo abastecimento e ficam em suspensão no produto podendo provocar a saturação prematura do filtro de combustível.
  5. Não usar combustível, misturas de combustível ou aditivos que não tenham sido previamente testados e aprovados. Os motores dos automóveis disponíveis atualmente no Brasil já saem da revenda regulados para usar a gasolina tipo C aqui produzida.
  6. A gasolina PREMIUM apresenta maior performance antidetonante do que a gasolina tipo-C comum; mas os motores somente aproveitarão este requisito de qualidade desta gasolina se já foram projetados e estiverem regulados para isto.
  7. Não submeter a gasolina a nenhum tipo de aquecimento.
  8. Não usar gasolina envelhecida.
  9. Ao abastecer o veículo, evite o enchimento excessivo do tanque. Este cuidado evitará que a gasolina escorra pela pintura do veículo provocando manchas.

 

X-COMPOSIÇÃO DO PREÇO DE VENDA DA GASOLINA

O preço de venda da gasolina ao consumidor final, que por muitos anos foi fixado pelo Departamento Nacional de Combustíveis das Minas e Energia, encontra-se liberado, em alguns estados, desde abril de 1996.

Como pode ser visto na tabela a seguir, o preço desse combustível é composto de várias parcelas que pagam a matéria-prima e remuneram as diversas atividades necessárias à entrega do produto aos clientes.

Considerando-se como referência o preço médio ao consumidor, no Rio de Janeiro, em abril de 1997, a gasolina C apresenta a seguinte estrutura de preço:

FATOR
PARTICIPACÃO %
Matéria Prima
13,5
Custos do Refino
4,1
Parcela de Contribuição
15,1
Total da Petrobras
32,7
Frete de Uniformização de Preços
11,1
Tributos
31,3
Margem de Distribuição e Revenda
23,5
Frete de Entrega
1,4
Preço ao Consumidor-R$/litro
0,74