#Factível - Idéias e lembranças RSS Feed * Início * Ciência * Cinema * Música * Mito * Poesia * Prosa * Rumo * ____________________ Search Factível - Idéias e lembranças A violência é o último refúgio do incompetente. Suprir em Posts Comentários Jean-Paul Sartre - A existência precede a essência factivel - jean-paul sartre - a existencia precede a essencia Quando concebemos um Deus criador, esse Deus identificamos quase sempre como um artífice superior; e qualquer que seja a doutrina que consideremos, trate-se duma doutrina como a de Descartes ou a de Leibniz, admitimos sempre que a vontade segue mais ou menos a inteligência ou pelo menos a acompanha, e que Deus, quando cria, sabe perfeitamente o que cria. Assim, o conceito do homem, no espírito de Deus, é assimilável ao conceito de um corta-papel no espírito do industrial; e Deus produz o homem segundo técnicas e uma concepção, exatamente como o artífice fabrica um corta-papel segundo uma definição e uma técnica. Assim, o homem individual realiza um certo conceito que está na inteligência divina. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprime-se a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. Tal idéia encontramo-la nós um pouco em todo o lado: encontramo-la em Diderot, em Voltaire e até mesmo num Kant. O homem possui uma natureza humana; esta natureza, que é o conceito humano, encontra-se em todos os homens, o que significa que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal - o homem; para Kant resulta de universalidade que o homem da selva, o homem primitivo, como o burguês, estão adstritos à mesma definição e possuem as mesmas qualidades de base. Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede essa existência histórica que encontramos na natureza. (…) O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significará aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a subjetividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. (…) Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens.” Trackback URL | Comentários RSS Deixe um comentário Clique aqui para cancelar resposta ______________________ Nome ______________________ Email (não será publicado) ______________________ Site (URL) ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Enviar Comentário * Arquivos + Novembro 2008 (1) + Outubro 2008 (1) + Setembro 2008 (1) + Agosto 2008 (1) + Julho 2008 (2) + Junho 2008 (1) + Maio 2008 (2) * Categorias + Uncategorized (9) * Páginas + Ciência o Serial Killers - Perfil + Cinema + Música + Mito o Ícaro o Cérbero o Centauro o Eros o Fênix o Medusa o Pandora o Pã o Sátiros + Poesia o Alexander Gowen - Liberdade o Armando Tejada Gómez - Há uma criança na rua o Carlos Drummond de Andrade - Ausência o Carlos Drummond de Andrade - E agora, José? o Cecília Meireles - Canteiros o Cecília Meireles - Destino o Cecília Meireles - Marcha o Cecília Meireles - Motivo o Charles Chaplin - O Último Discurso o Fernando Pessoa - Deus o Luiz Gayotto - Hipocrisia o Manuel Bandeira - O bicho o Mário Quintana - Ano novo o Mário Quintana - Recordo ainda o Pablo Neruda - Teu riso o Pablo Neruda - Últimos Versos + Prosa o Francisco de Assis do Nascimento - Vernáculo versus gerundismo o Henry David Thoreau - Desobediência Civil - 1848 o Jean-Paul Sartre - A existência precede a essência o Kurt Cobain - Carta de suicidio - 1994 o Martin Luther King - Tenho um sonho - 1968 + Rumo Blog no WordPress.com. | Tema: Mistylook por Sadish.